José Márcio (Celinho) - Administrador de Empresas, nascido em Quirinópolis - GO.
Renan Contar - Capitão do Exército, nascido em Campinas - SP.

Dias #28/29/30 - 16-18/06/2016

Após 10h de vôo, contando a escala em Atlanta, pousamos em Fort Lauderdale - FL, alugamos carro e fomos direto ao escritório da Quest, em Miami, empresa presidida pelo nosso amigo Celso (brasileiro), onde a Classic Motion irá entregar as motos dentro dos próximos 15 dias. A Quest ficará encarregada de fazer o trecho Miami-Santos, por via marítima (21 dias). Assim que chegarem ao porto paulista, a gente voa para lá e volta rodando de moto para casa. Ficamos por 2 noites na Flórida, para relaxar, pegar uma praia e brindar ao sucesso da nossa viagem.
Nosso diário de bordo vai chegando ao final por aqui. Queremos deixar nossos agradecimentos:
- A Deus, por nos ter abençoado em todos sentidos durante essa viagem.
- Às nossas famílias, que além de nos confortarem com amor, carinho e motivação, também seguraram as rédeas de nossos compromissos durante nossa ausência, nos dando condições e tranquilidade para poder seguir vencendo cada kilometro;
- Aos nossos amigos, antigos e novos, motociclistas ou não, que com palavras e pensamentos, viajaram conosco em nossas garupas, curtindo e vibrando em cada conquista, além de se disporem a recomendar lugares e pessoas conhecidas pela nossa rota ...
Não podemos deixar de registrar que, apesar de termos ido tão longe em tão pouco tempo, a viagem transcorreu sem abuso de velocidade - aliás, quem corre demais não consegue reparar nas belezas do caminho ... e ainda acaba tendo problemas com as autoridades! O segredo desse sucesso está na disciplina em manter o foco no objetivo, ter planejamento e preparo (físico e emocional), saber gerenciar crises, acordar cedo (muitas vezes antes do sol), não perder tempo durante as abastecidas, cuidar da saúde (alimentar-se bem e dormir cedo), pilotar defensivamente, observar a manutenção das máquinas e saber se orientar no terreno, com cartas, gps, informações locais e metereológicas. Claro que, somado a isso tudo, tivemos muita sorte em diversas situações. E como diz o ditado:  "a sorte acompanha os audazes"! O resultado disso tudo foi uma viagem tranquila, sem pane, multa, furto, acidente, doença, problema policial ... não tivemos nem um pneu furado! Além de termos ficado mais jovens, ainda fizemos inúmeras amizades, conhecemos lugares fascinantes e adquirimos uma experiência impagável.
Encontramo-nos no vôo para o Brasil, retornando para a aconchego de nossos lares, saudosos de nossa família, amigos e do nosso querido e amado país. Viajar para o exterior é ótimo, pois nos permite fazer uma análise que nosso país tem muitos pontos positivos e que podemos reverter os negativos! Esperamos ter contribuído com emoção, informação e inspiração !!! Este diário permanecerá ativo para que possamos voltar no tempo e também servir como fonte de consulta para os futuros desbravadores do Alaska!

Dia #27 - 15/06/2016

Nosso último dia no Alaska foi fechado com chave de ouro. Pegamos as motos e saímos cedo para conhecer a região sul do estado: pela Seward Highway, fomos margeando lagos, montanhas e parque nacionais ... Paramos em Whittier, onde cruzamos um lindo túnel de 4km de extensão, construído originalmente para tráfego de trens (possui apenas uma estreita faixa de asfalto entre os trilhos).
Depois de 300km de vistas maravilhosas, voltamos para Anchorage para entregar as motos à empresa Classic Motion - Motorcycle Crating and Shipping, que irá mandar nossas máquinas ao Porto de Miami, para depois ser exportada para o Brasil. As motos irão de Anchorage a Seattle por navio e depois transportadas de caminhão a Miami. O trecho para o Brasil será também por mar. Para tanto, as motos serão embaladas em pallets fechados individuais e manejadas por empilhadeiras. Apenas serão retiradas as bolhas para caber na caixa e desconectadas as baterias. As malas de alumínio, óleo do motor e gasolina (10%) serão mantidos na moto!
Entre o almoço e a entrega das motos na oficina, fomos ao Aeroporto Internacional e compramos as passagens para Fort Lauderdale (decolando hoje às 19:50), onde ficaremos 2 noites. Vamos aproveitar e já deixar organizada a papelada de exportação em Miami.
(Carona da Classic Motion ao Aeroporto de Anchorage). Atendimento VIP de motociclista para motociclista. 
Nosso vôo até FLL (escala em Atlanta - GA) terá duração total de 10hs. Pousaremos na Flórida às 9:30am.
Odômetro final da viagem: 22.900km

Dia #26 - 14/06/2016


Com destino a Anchorage, saímos de Fairbanks às 6am. Em nossa rota pela Hwy Alaska 3 South, fomos atrás do famoso "magic bus 142", abandonado na Stampede Trail, onde o jovem Christopher McCandless morreu após tentar sobreviver às intempéries do Alaska em 1992 - história contada no livro Into the Wild, de John Krakauer e também em um filme de Sean Penn (2007), de mesmo nome. 
Após isso, entramos no Denali National Park e nos deparamos com uma natureza realmente incrível, com direito a um céu limpo, evidenciando o Monte McKinley, com majestosos 6.190m.
Chegando em Anchorage, fizemos um voo panorâmico pela região.
Odômetros: (600/22.600km


Dia #25 - 13/06/2016


A noite em Deadhorse (Prudhoe Bay) foi uma experiência única - aliás, noite mesmo não tivemos ... passamos-na literalmente em claro (não escureceu). Dormimos no North Slope Borough, uma base de acampamento "indoor" para os trabalhadores de Prudhoe Bay. Por fora
até lembra um abrigo militar da Antártica. Por dentro a estrutura é completamente climatizada, organizada e cheia de regras (como não entrar com calçados). Tudo perfeitamente adaptado para o rigoroso inverno do Alaska. Como fomos parar ali ? Deadhorse tem 2 hotéis: Prudhoe Hotel e Aurora. Antes de sair de Fairbanks, conhecemos um supervisor da área do petróleo que nos recomendou passar uma noite nesse abrigo, pois seria algo inédito e diferente de tudo que passamos na viagem. São quartos individuais e acesso livre a todas as instalações, inclusive à cozinha, podendo-se servir à vontade com o que quisesse. Há ainda academia, sauna, cinema ... Enfim, uma estrutura interessantíssima ! Mas acabamos ouvindo de um dos moradores: "Não queiram vir aqui no inverno ..." Pelas fotos que vimos, realmente aquele lugar fica onde o vento faz a curva.
Acordamos às 5am e já tinha muita gente se preparando para ir trabalhar. Após isso, voltamos para Fairbanks. Durante as primeiras horas choveu gelado ! Em suas primeiras 200 milhas (saindo de Deadhorse), a Dalton Highway é fria, remota, sombria e perigosa, principalmente sob chuva. Ainda assim, vencemos mais esse desafio, sem qualquer problema !!!
Odômetros: 800/21.000km

Dia #24 - 12/06/2016

Hoje foi o dia mais emocionante da viagem, pois conseguimos atingir nosso objetivo com êxito: chegamos a Prudhoe Bay - Alaska! Aqui é oficialmente o término da Panamericana. Podemos então dizer que agora conhecemos os extremos das Américas: Ushuaia e Alaska. Nessa terra gelada não há nada além do maior campo de petróleo dos Estados Unidos. Chega-se aqui através da Dalton Highway, que tem 800km de extensão, sendo metade sobre trechos não pavimentados. No entanto, conseguimos fazer uma boa média (em 10h), pois as R1200 GSA são perfeitas para o mundo off-road e absorvem muito bem as dificuldades do terreno. A temperatura hoje variou de 2º a 20º C ... mas no inverno, essa região chega a marcar 30º negativos !!! Aqui é possível ver e sentir o interessante "sol da meia-noite " (apenas nessa época de verão).
Amanhã começaremos literalmente a voltar para casa!
Odômetros: 800/20.200 km



Dia #23 - 11/06/2016

Chegamos ao Alaska ! Missão cumprida !!! A estrada de Teslin à fronteira são 400km um tanto irregulares, com trechos de asfalto excelente, passando no Kluanes National Park - Canada, de rípio (gravel), obras e defeitos na pista. Aduana com EUA foi a mais tranquila da viagem! Apenas apresentamos os passaportes e respondemos a umas perguntas, tudo resolvido em 3min, com cordialidade, eficiência e respeito.
Estamos em Fairbanks (2ª maior cidade do Alaska) e amanhã faremos o "bonus track" da viagem: iremos até Prudhoe Bay, que é o ponto mais ao norte onde se pode chegar por estradas na América (Latitude 70º). Apelidado de "Top of the World", nesse lugar há um campo de exploração de petróleo, não havendo um destino turístico regular - apenas um desafio aos que querem chegar ao topo do mundo! Serão 800km de muita vida selvagem, trechos de terra, escassez de recursos ... além de podermos cruzar a linha do círculo polar ártico !
Odômetros: 1.140/19.400km

Dia #22 - 10/06/2016


Saída de Burns Lake às 6am em ponto. Rasgamos o interior do Canadá e já nos encontramos a 400km da fronteira com o Alaska. Estamos em Teslin, Yukon Territory, uma simpática cidade à beira do Rio Teslin. O dia de hoje foi de muita estrada bonita e muitos animais selvagens: ursos, alces, castores e veados ... e também muito mosquito ... cruzamos também mais de 50 motos, de todas as partes do mundo: Suíça, Argentina, Austrália, Brasil, Alemanha ... Paramos em Stewart para conhecer um Glaciar maravilhoso:

Aqui em Teslin, alugamos essa "cabana", à beira de um lindo rio !
Odômetro (parcial/total): 1.260/18.260km